quinta-feira, 7 de maio de 2015

Abertura da exposição Tarsila e Mulheres Modernas no Rio

12 de maio
10h



Da esquerda para a direita: Pagu, Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra, por volta de 193


A exposição Tarsila e Mulheres Modernas no Rio retrata mulheres com importante atuação em seus campos, do final do século XIX até hoje, e suas contribuições para a história da arte brasileira. O visitante se depara com mulheres com uma visão moderna não apenas nas artes visuais, mas nas ciências, na saúde, na segurança pública, na música, na dança. A exposição faz uma homenagem também às mulheres anônimas que revolucionaram nossa história ao demonstrar coragem e firmeza para fazer valer seus direitos.

Museu de Arte do Rio
Praça Mauá, 5, Centro
CEP 20081-240
Rio de Janeiro/RJ
(21) 3031 2741

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Fayga Ostrower (Polônia, 1920 - Rio de Janeiro, 2001)



"Se eu tivesse de resumir em apenas uma palavra o que Fayga significou como artista, teórica, educadora e mulher, o termo seria coragem, substantivo que, além de querer dizer ‘bravura em face do perigo’, é uma mistura de resolução e ousadia diante do e no mundo.

E como ‘fayga’ também quer dizer ‘pássaro’ ou ‘passarinho’, em alemão medieval e em iídiche, em um processo nada linear ou previsível, Fayga Ostrower, em sobrevôo através de abismos, atalhos e estuários, revelou a cada momento ou fase da sua obra soluções não somente originais, mas algumas de caráter seminal. Tais soluções estarão relacionadas à sua inserção no Abstracionismo, à época uma das principais vanguardas artísticas, nacional e internacionalmente."



Anna Bella Geiger, para o catálogo da exposição Os caminhos de Fayga Ostrower





Fayga Ostrower, sem título, 1947.



terça-feira, 1 de abril de 2014

Vídeo sobre arte e feminismo, com profa. Ana Paula Simioni



Ana Paula Cavalcanti SimioniGraduada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1994), mestre (1999) e doutora (2004) em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Realizou doutorado-sandwich na École des Hautes Études en Sciences Sociales- Paris (2002) e pós-doutorado pela Université de Genève (2006). É docente do Instituto de Estudos Brasileiros (USP) desde 2009, atuando na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia da Arte e da Cultura, particularmente nos seguintes temas: Arte e gênero; Mecenatos públicos e privados no Brasil (séculos XIX e XX).
Atualmente dedica-se aos seguintes projetos de pesquisa: “Artistas Modernistas na Coleção do Instituto de Estudos Brasileiros” e “Outros modernismos: produção artística e cultura visual no Brasil, 1920-1940”.
Autora de: Profissão Artista: Pintoras e Escultoras Brasileiras, 1884-1922. São Paulo: EDUSP/ FAPESP, 2008,entre outros livros e artigos.
Função: Docente

Fonte: http://www.ieb.usp.br/docente/ana-paula-cavalcanti-simioni

Narrativas feministas da liberdade


Norma Telles, tania navarro-swain, Maria Lygia Quartim de Moraes, Margareth Rago,
Amélia Teles, Ivone Gebara, Gabriela Leite e Criméia Schmidt.


                "A aventura de contar-se: feminismos, escrita de si e invenções da subjetividade, a mais recente obra da historiadora Margareth Rago, livre-docente da Unicamp, aborda a história de algumas vidas singulares e extraordinárias: sete feministas que ousam reinventar-se e contar em perspectiva suas vivências, desejos e também o que precisaram deixar para trás em nome de uma liberação feminina urgente para sua geração. Nascidas ao redor de 1940, ainda que muito diferentes entre si, são unidas por suas marcantes experiências éticas e também por uma vinculação à esquerda, ainda que tenham rompido com partidos políticos para criar novos modos de relação subjetiva e de atuação política.
Transformando a cultura, essas mulheres teceram novas possibilidades de intervenção social, dando lugar a outras esferas do conhecimento, novos modos de pensar, de atuar e sentir, buscando a liberação das formas de sujeição e criando um novo conceito de cidadania e de política. Além dessas transformações nas esferas pública e privada, a autora conceitua, a partir de Foucault, como os feminismos contemporâneos criaram também modos específicos de existência, “mais integrados e humanizados, desfazendo as oposições binárias que hierarquizam razão e emoção, publico e privado, masculino e feminino, heterossexualidade e homossexualidade” (Rago, 2013: 27).
 Ao estudar as narrativas, as memórias e as linguagens dessas feministas históricas, o livro busca evidenciar como são construídas no cotidiano as estratégias de resistência ao poder, ou seja, as práticas sociais, culturais, políticas e linguísticas que pretendem libertar as mulheres das imposições misóginas, mesmo quando não se restringem aos movimentos organizados.  Conceituando essas narrativas autobiográficas a partir do conceito foucaultiano de “escrita de si”, Rago discute ainda como o exercício de narrar-se – enquanto prática de criação e construção de sentidos para o passado – é também um espaço de liberdade e de renovação das relações consigo e com os demais."

Luana S. Tvardovskas

Para ler essa resenha completa, 

Novo número da revista Labrys, Estudos Feministas

Saiu o novo número da Revista Labrys, Estudos Feministas!
Para acessar a revista, navegue pelo "Go Forward" em http://www.tanianavarroswain.com.br/labrys/labrys25/pages/p1.html

Sumário:

Labrys, études féministes/ estudos feministas
janvier/ juin / 2014  -janeiro/junho 2014

Sumário geral/ Sommaire général / Index

les féminismes vont au cinéma / os feminismos vão ao cinema /
feminisms go to the movies


Corinne Oster.   Un cinéma féminin sans féminisme ?  Marginalité, intégration et différence chez les nouvelles réalisatrices françaises des années 1990.

Julia Kratje. Género, cuerpo e imagen en la cultura contemporánea. Consideraciones para el estudio de la identificación heteropática en Las razones del corazón (Arturo Ripstein, 2011

Tania Siqueira Montoro , Clarissa Raquel Motter Dala Senta. A dança da vida no limiar da morte: exercícios transgressores da feminilidade na velhice

Maria Célia Orlato Selem Rompecabezas: O menor como exercício de liberdade feminina no cinema

Geneviève Sellier . Le tableau contrasté des études de genre sur le cinéma en France.

Laurence H. Mullaly . La subalternité dans le cinéma chilien de l’après-concertation :questionnements théoriques et pratiques

Berenice Reynaud . Proposal for an alternative visit to Tehran ( to be on line in May)


imagens do corpo: a obesidade /les images du corps: l´obésité/
Images of the body: the obesity



Denise Bernuzzi de Sant’Anna. Da gordinha à obesa. Paradoxos de uma história das mulheres

Geneviève Rail. Femmes, « obésité » et confessions de la chair : regard critique sur la Clinique de lobésité

Fernanda Magalhães. Classificações científicas da obesidade

Claudia Labrosse. Regard sur les discours entourant l’obésité féminine dans quatre romans québécois

Catrina Brown . Restraining the body:  Self-surveillance, self-management, and normalizing processes of self among women

Kathleen LeBesco . Policing Excess?  Weight-Loss Reality Television, Femininity, and Failure

Paula J. Caplan . The Mystery Suspect in the American “Obesity Epidemic”


ces femmes d´aventure! /
estas mulheres de aventura !/ adventurous women!



 Durlynn Anema. Adventuring Beyond Civilization:  Harriet Chalmers Adams, Early 20th Century Explorer

Norma Telles  . A leoa Blixen, sua saga e as anedotas do destino

tania navarro swain . Au-delà du péril, l´aventure : Kate Marsden

Vivre avec les Himbas: Soleen Bardet (interview tania navarro swain)

tania navarro swain . Christina Dodwell, l´aventure collée à la peau

Pesquisas feministas / Recherches féministes / Feminist research


Ana Carolina Freitas Lima Ogando , Mariana Prandini Assis . Confronting sexual violence while fueling the apparatuses of the neoliberal state? Ambiguities of an emancipatory project ( também em português)

Mariléa de Almeida . O olho mais azul: transfiguração e desconstrução na poética feminista de Toni Morrison

Pilar Uriona Crespo . Género, producción de sujetos y normatividad en una crónica colonial

Margareth Rago .Foucault, Hysteria and the Spider

Marilda Ionta . Mulheres em cena: derivas da escrita de si

Nota de leitura

Luana Saturnino. Narrativas feministas da liberdade : RAGO, Margareth.  A aventura de contar-se: Feminismos, escrita de si e invenções da subjetividade. Campinas: Editora da Unicamp, 2013. 344 p.




Mulheres artistas na ditadura militar

Lyigia Pape, Língua apunhalada, 1968.



Ocorreu em março de 2014 o evento "Mulheres artistas na ditadura", na Caixa Cultural, São Paulo. Essa geração de mulheres abordada abriu muitos caminhos de liberação: desculpabilizadas por seus desejos e corpos, escolhendo conscientemente seus nomes e representações culturais, adentrando mais livremente em profissões, tarefas e lugares sociais, enfim, elas reescreveram seus próprios caminhos. Lutaram a seu modo pela emancipação das mulheres, contra atitudes moralistas e também criaram representações de novas feminilidades. As artistas que produziram nessas décadas, muitas das quais ainda atuantes, sofreram também os impactos da violência política, mas também reinventaram-se, criaram e subverteram os modelos e identidades impostas, efetivamente nutrindo uma cultura feminista da atualidade.

Confiram a programação em http://www.mulheresartistas.com.br/
Alguns trechos das falas estão disponíveis em https://www.facebook.com/mulheresartistasnaditadura?fref=ts

Luana S. Tvardovskas

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Exposição Assentamento, de Rosana Paulino, em Americana - SP

A exposição Assentamento da artista Rosana Paulino está acontecendo na cidade de Americana. Unindo fotografias, bordado, gravura e instalação, a artista explora a construção da subjetividade das mulheres negras, repensando as nossas raízes africanas, a violência da escravidão e as possibilidades de reconstruções éticas por meio da arte.



Abaixo o texto de apresentação da exposição e uma de suas potentes obras. 

  • Visitação: até 07 de dezembro de 2013, de segunda a sexta, das 9h às 21h; sábados: das 9h às 12h.
Local: ETEC Polivalente, Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 567 – Americana – SP




Rosana Paulino, Detalhe da exposição Assentamento, 2013.


ASSENTAMENTO


          Entre 1865 e 1866, o zoólogo suíço Louis Agassiz comandou uma expedição de cunho científico ao Brasil, a chamada Expedição Thayer. Uma de suas intenções era coletar dados com os quais pudesse comprovar a superioridade da etnia branca sobre as demais. Agassiz estava entre os grandes nomes da ciencia norte-americana da época. Como professor da já prestigiada Universidade de Harvard, foi defensor do criacionismo, do poligenismo e também acreditava que a miscigenação entre seres humanos pudesse causar a degeneração dos grupos envolvidos. Era opositor da teoria evolucionista, lançada por Darwin em 1859 no famoso livro “ A Origem das espéci es ”, que forneceu aos jovens cientistas as bases para invalidar as hipóteses defendidas por Agassiz.

          A fim de provar suas teses racistas, Agassiz encomendou ao fotográfo franco-suíço Augusto Stahl, então residente no Rio de Janeiro, uma série de imagens de africanos que ali viviam. A ideia era retratar “tipos raciais puros” em fotos que variavam do “portrait” às fotografias de caráter científico, onde essas pessoas, negros e negras, apareciam em três posições diferentes: frente, costas e perfil.  Essa suposta cientificidade acabou gerando, paradoxalmente, registros fotográficos únicos da população escrava naquela cidade.
          Diferentemente do que tentava provar, Agassiz ajudou a produzir, isso sim, uma coleção de imagens dos corpos daqueles que ajudaram a fundamentar a cultura brasileira. Os escravizados e escravizadas reproduzidos ali, sem a dignidade das roupas que lhes sublinhavam a condição humana, foram na realidade peças fundamentais no assentamento de nossas bases culturais.
          Assentar, como nos mostra o dicionário Aurélio, é também o ato de fixar-se ou de estabelecer residência em algum lugar. Transplantados à força, os africanos e africanas que aqui chegaram trouxeram seus saberes e práticas. Assentaram aqui sua força, seu axé. A última definição para assentamento encontrada no dicionário Aurélio diz respeito a:
“Bras. Rel. Ser, ou objeto onde assenta a energia sagrada de qualquer entidade religiosa afro - brasileira; assento”.
          Assentaram, portanto, elementos que permearam nossa fala, cozinha, comportamento e, principalmente, boa parte de nossa religiosidade. O que este projeto pretende mostrar, através da execução da instalação, vai além da viagem de transposição feita por aquelas pessoas. A instalação, dividida em três partes, mostra o caminho percorrido (vídeo-imagens do mar), os braços que vieram para o trabalho e, principalmente, o assentamento das bases de uma cultura nova e vibrante. O simbolismo inicial do corpo de uma das mulheres retratadas é ressignificado para se tornar emblema de uma cultura mestiça, cujas bases, firmemente plantadas em solo africano, são muitas vezes subvalorizadas em nossa sociedade. Enaltecer esse corpo, síntese e retrato da cultura brasileira, é reconhecer a contribuição que, ao contrário da premissa de Agassiz, não trouxe decadência, mas sim riqueza e vitalidade, gerando uma cultura pulsante graças à heterogeneidade daqueles que a compõem.